Crianças da Noite (Children of the Night, 1991, Tony Randel): um divertido terrir da Fangoria sobre vampiros

 



Ficha Técnica


Título: Crianças da Noite (Children of the Night, 1991)

Diretor: Tony Randel

Roteiro: Nicolas Falacci

Elenco: Karen Black, Ami Dolenz, Peter DeLuise, Maya McLaughlin, Garrett Morris, Michael DeLano, Ricky Addison Reed, Cleve Hall, Alan Blumenfeld, David Sawyer, Tol Avery

Música: Thomas Chase

Fotografia: Christopher Taylor

Produção: David Saperstein, Jeffrey M. Sneller

Empresas produtoras: Children of the Night Productions, Planet Productions

Distribuição: A-Pix Entertainment

Gênero: Terror

País: Estados Unidos

Idioma: Inglês

Duração: 92 minutos

Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos




Numa pequena cidade interiorana decadente e imoral, onde pelas ruas um carro anuncia nos alto-falantes a condenação de todos por seus muitos pecados, um emissário do apocalipse que atropela um homem, o beberrão da cidade, enquanto espalha sua mensagem. Duas adolescentes, Cindy e Lucy entram na cripta de uma igreja antiga onde estão enterradas muitas vítimas de um massacre cometido por um sacerdote cruel no passado e nadam nas águas que inundam a cripta, liberando o mal. O jovem e bonito padre Frank chama o professor Mark para mostrar em sua casa o que ele acredita ter sido o resultado de uma maldição passado de mãe para filha por causa dele, pois ele se diz apaixonado por Karen, mãe de Cindy: agora elas são vampiras e foram trancadas pelo padre em um dos quartos da casa. Assim como também a avó simpática de Lucy agora é uma vampira. Mark tenta ajudar Lucy, junto de aliados improváveis.




Bom, digo logo que o filme é bem galhofa, mas isso não o impede de ter uma boa ambientação e uma construção de clima que torna as figuras vampíricas uma forte ameaça para os outros. Aliás, essas figuras possuem uma caracterização que considero bem interessante: são feias com presas enormes e se divertem sendo como são, enquanto os outros personagens sentem-se perturbados com sua presença.
Percebe-se uma relação entre o pecado e o vampirismo, ao menos no início. Há um quê de luxúria na Karen e na maneira como se alimenta até da própria filha vampirizada que faz lembrar como essa criatura mítica tem de pecaminoso em suas origens, como sendo a luxúria uma de suas características e traços de comportamento. Já a avó vampira de Lucy leva a coisa toda como uma extensão de seu comportamento normal e típico de avó a querer encher a neta de comida, mas fazendo disso uma tortura que a diverte; essa avó chega a ser o puro estereótipo sendo extrapolado, pervertendo a imagem inicial que temos de uma avó amorosa.
Pode ser que eu esteja só tentando ver camadas extras num filme sem muita pretensão, mas até aí não teria esse artigo.
Há algumas coisas incômodas, como, por exemplo, uma insinuação nada sutil de um interesse amoroso entre Mark e Lucy, sendo ela menor de idade e ele bem mais velho que ela, mas pode ser intencional do roteiro para enfatizar como aquela cidade age no errado.



A produção ganha alguns pontos pelos efeitos práticos simples, porém bem feitos. Não é exagerado no gore, apesar de presente, mas há momentos notáveis como os vampiros envolvidos por um casulo todo pegajoso. É um filme apresentado/produzido pela Fangoria Films, subsidiária da Fangoria, da revista especializada no gênero terror, e dá para perceber o capricho na produção neste terrir divertido.




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