Eraserhead (1977, David Lynch): o filme-pesadelo da paternidade compulsória

 


Ficha técnica


Título: Eraserhead

Diretor: David Lynch

Roteirista: David Lynch

Ano de lançamento: 1977

Duração: 89 minutos

Gênero: Drama, Terror, Fantasia

Elenco:

- Jack Nance como Henry Spencer

- Charlotte Stewart como Mary X

- Allen Joseph como Sr. X

- Jeanne Bates como Mãe de Henry

- Judith Roberts como A Mulher do Radiador

- Laurel Near como A Mulher do Apartamento

- V. Phipps-Wilson como A Garota do Apartamento

- Jack Fisk como O Homem no Planeta




David Lynch não tem o costume de explicar seus filmes. Segundo ele, se explicasse, teria falhado em suas intenções. A arte no geral costuma ser interpretativa.
Eraserhead se utiliza do surrealismo e eu diria que das influências do expressionismo alemão para fazer suas alegorias das inseguranças de uma paternidade compulsória (bom, e da maternidade compulsória, também). Mas o foco da narrativa é Henry, o protagonista de cabelo arrepiado interpretado por Jack Nance, um parceiro recorrente de Lynch até seu falecimento em 1996.
Não espere entender tudo o que se vê na tela, muito menos uma explicação definitiva, mas pegue o essencial do enredo e você não estará completamente perdido no surrealismo de Eraserhead, que nem é tão incompreensível assim, pelo menos a meu ver.




O que vou comentar aqui são minhas impressões, que também podem ser de muitos outros. É uma experiência sensorial de pesadelo filmado com o tema da paternidade. Acompanhamos o desconforto do primeiro encontro de Henry com os sogros, o matrimônio forçado e desgastado com a chegada do filho nascido prematuro, uma aberração aos olhos dos pais e também do público, e as tentativas de Henry de arcar com aquela responsabilidade, mesmo que as perspectivas não sejam muito animadoras. E, é claro, seu flerte com a vizinha, talvez representando uma vida que ele quer ter, mas não pode devido às responsabilidades e seu papel esperado de lealdade à namorada/esposa, mesmo com essa sendo a figura que deixa tudo para trás, para que Henry se vire sozinho com o seu pesadelo.




É um filme estranho e que choca em sua execução repleta de momentos inesperados que não nos pedem licença para acontecer. Você pode sentir qualquer coisa com o que vê: estranheza, respulsa, pena, o que for. Como num "bom" pesadelo, você vai sentir bem mais do que só meramente testemunhar. É um dos meus "filmes-pesadelo" favoritos.



Instagram: @projetopaura
Twitter: @ProjetoPaura
YouTube: @ProjetoPaura
No Facebook, pesquise por Projeto Paura
E-mail de contato: projetopauraprofunda@gmail.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quando A Ambulância (The Ambulance, 1990, Larry Cohen) vem para levar você... para sempre!

A Repulsa [não é somente] ao Sexo (Repulsion, 1965, Roman Polanski) | Trilogia do Apartamento